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Tenho cálculos na vesícula biliar. É necessário operar?

Atualizado em: 31/08/2023
Tempo de Leitura: 5 minutos
Sumário

Cálculos na vesícula biliar são formações sólidas relacionadas ao acúmulo de colesterol ou bilirrubina no órgão. Podem causar dor abdominal intensa e náuseas. Clique aqui e tire suas dúvidas!

Os cálculos na vesícula biliar, também conhecidos como pedras na vesícula, são formações sólidas que se desenvolvem na vesícula biliar, um órgão em forma de saco localizado abaixo do fígado. 

Esses cálculos são compostos principalmente de colesterol ou bilirrubina, e sua formação pode estar relacionada a uma dieta rica em gorduras, obesidade, gravidez, idade avançada ou outros fatores de risco.

A vesícula biliar é um órgão importante no sistema digestivo. Sua principal função é armazenar e concentrar a bile produzida pelo fígado. Quando ingerimos alimentos, especialmente refeições ricas em gordura, a vesícula biliar é estimulada a liberar a bile no intestino delgado para auxiliar na digestão e absorção das gorduras. 

A bile atua como um detergente natural, emulsificando as gorduras para facilitar a ação das enzimas digestivas e ajudar na absorção dos nutrientes. Essa função é essencial para o metabolismo adequado das gorduras e, portanto, para a absorção de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. 

Neste artigo, exploraremos mais a fundo os cálculos na vesícula biliar, incluindo seu desenvolvimento, diagnóstico e necessidade de cirurgia. Leia até o final e conheça mais sobre essa condição!

Como se formam os cálculos na vesícula biliar?

Os cálculos na vesícula biliar se formam devido ao desequilíbrio químico na bile. Existem dois tipos principais de cálculos: cálculos de colesterol e cálculos de bilirrubina.

Cálculos de colesterol

A bile contém colesterol, que é uma substância natural do corpo. No entanto, quando há um excesso de colesterol na bile, ele pode se cristalizar e formar cálculos sólidos na vesícula. Fatores como dieta rica em gorduras saturadas e açúcar, obesidade, perda rápida de peso e histórico familiar de cálculos na vesícula podem contribuir.

Cálculos de bilirrubina

A bilirrubina é um pigmento amarelado que resulta da quebra de glóbulos vermelhos no fígado. Em algumas situações, a bile pode conter um excesso de bilirrubina, que se aglutina e forma cálculos sólidos na vesícula. Esses cálculos são mais comuns em pessoas com doenças do sangue, infecções hepáticas ou problemas biliares.

Ambos os tipos de cálculos podem variar em tamanho e quantidade. Eles podem ser pequenos, como grãos de areia, ou grandes, como pedras, e podem se acumular ao longo do tempo, permanecendo na vesícula biliar sem causar sintomas (cálculos assintomáticos) ou causando complicações como dor intensa (cólica biliar), inflamação da vesícula (colecistite), obstrução dos ductos biliares (coledocolitíase) ou pancreatite

A formação de cálculos na vesícula é uma condição multifatorial e pode estar relacionada a fatores genéticos, dieta, estilo de vida e condições médicas preexistentes. 

Como é feito o diagnóstico de cálculos na vesícula biliar?

O diagnóstico de cálculos na vesícula biliar envolve uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e, ocasionalmente, exames laboratoriais. O médico iniciará a avaliação questionando o paciente sobre os sintomas.

O exame físico também é realizado para procurar sinais de inflamação ou sensibilidade na topografia da vesícula biliar na parede abdominal. No entanto, o exame físico por si só não é suficiente para confirmar o diagnóstico de cálculos na vesícula biliar, pois os sintomas podem ser semelhantes a outras condições do aparelho digestivo patológicas ou não.

Os exames de imagem são fundamentais para confirmar o diagnóstico. O método de imagem mais utilizado é a ultrassonografia abdominal. Esse exame é rápido, não invasivo e altamente sensível para detectar a presença de cálculos na vesícula. 

Na ultrassonografia, os cálculos aparecem como estruturas hiperecogênicas (brilhantes) no interior da vesícula biliar. Além disso, a ultrassonografia permite avaliar o tamanho, a forma e a quantidade dos cálculos, bem como verificar se há alguma inflamação associada à vesícula.

Em alguns casos, outros exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), podem ser solicitados para fornecer informações adicionais ou em situações mais complexas.

Além disso, exames laboratoriais podem ser realizados para avaliar os níveis de enzimas hepáticas e bilirrubina no sangue, que podem estar elevados em casos de cálculos na vesícula associados a complicações, como colecistite ou obstrução dos ductos biliares.

Sempre é necessário operar os cálculos na vesícula biliar?

Não, nem sempre é necessário operar os cálculos na vesícula biliar. A abordagem terapêutica depende de diversos fatores, incluindo a presença de sintomas, o tamanho e a quantidade dos cálculos, a gravidade e as condições médicas preexistentes do paciente.

Cálculos assintomáticos

Se os cálculos na vesícula não causam sintomas e não apresentam complicações, o médico pode optar por uma abordagem de observação e monitoramento. Muitas pessoas têm cálculos na vesícula que não causam problemas, e eles podem permanecer assintomáticos por longos períodos.

Cálculos sintomáticos

Se os cálculos causarem sintomas como dor abdominal intensa (cólica biliar), náuseas e vômitos, ou se houver complicações como inflamação da vesícula (colecistite), obstrução dos ductos biliares (coledocolitíase) ou pancreatite, a cirurgia para remoção da vesícula biliar (colecistectomia) pode ser necessária.

A colecistectomia pode ser realizada por meio de cirurgia aberta tradicional (a laparotomia) ou, mais comumente hoje em dia, por videolaparoscopia, um procedimento menos invasivo que envolve pequenas incisões. 

A decisão de operar ou não os cálculos na vesícula biliar é individualizada e baseada na avaliação do médico em conjunto com o paciente.

É possível ter uma vida normal se for necessário remover a vesícula biliar?

Sim, é possível ter uma vida normal após a remoção da vesícula biliar (colecistectomia). Apesar de sua função importante, a remoção da vesícula não compromete significativamente a digestão e absorção dos alimentos.

Após a colecistectomia, a bile produzida pelo fígado é direcionada diretamente ao intestino delgado para auxiliar na digestão das gorduras, sem a necessidade de armazenamento na vesícula. Portanto, a maioria das pessoas se adapta bem à remoção da vesícula e pode continuar a levar uma vida normal sem muitas restrições alimentares.

É recomendado seguir uma dieta balanceada e saudável após a colecistectomia, evitando refeições muito ricas em gordura de uma só vez, pois a ausência da vesícula pode levar a uma liberação mais constante de bile no intestino. 

Além disso, é importante evitar o consumo excessivo de álcool e seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação adequada.

A colecistectomia pode aliviar os sintomas associados aos cálculos na vesícula, como dor abdominal e desconforto, melhorando a qualidade de vida do paciente. 

No entanto, como em qualquer cirurgia, pode haver riscos e complicações, e é essencial seguir todas as orientações médicas pós-operatórias para garantir uma recuperação bem-sucedida, e procurar atendimento médico em casos de dúvidas ou sintomas não usuais.

Em geral, a remoção da vesícula biliar não impede uma vida normal e saudável, e a maioria das pessoas retorna às suas atividades normais após o período de recuperação!

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

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