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Colecistectomia

Atualizado em: 19/07/2023
Tempo de Leitura: 6 minutos
Sumário
Colecistectomia - Imagem Ilustrativa

A colecistectomia é a remoção cirúrgica da vesícula biliar, geralmente realizada para tratar cálculos biliares e suas complicações. Pode ser feita por meio de uma incisão aberta ou por laparoscopia, com recuperação mais rápida. É importante seguir as orientações médicas para uma recuperação adequada. Clique e saiba mais detalhes.

O que é a colecistectomia?

A colecistectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção da vesícula biliar, um pequeno órgão localizado abaixo do fígado. A vesícula biliar é responsável pelo armazenamento da bile, um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão de gorduras.

A colecistectomia é geralmente realizada quando há problemas na vesícula biliar, como cálculos biliares (“pedras” na vesícula) que causam sintomas como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e indigestão. 

A remoção da vesícula biliar não causa problemas significativos na digestão, uma vez que a bile continuará sendo produzida pelo fígado e liberada diretamente no intestino delgado. Assim, o paciente pode ter uma vida normal mesmo sem a vesícula biliar, precisando apenas tomar alguns cuidados.

Quando é indicada a colecistectomia?

A colecistectomia é indicada em várias situações, principalmente quando há problemas na vesícula biliar que causam sintomas significativos ou complicações. As principais indicações para a colecistectomia são:

  • Cálculos biliares sintomáticos: os cálculos podem causar dor abdominal recorrente, que geralmente ocorre após a ingestão de alimentos, e que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e indigestão
  • Complicações relacionadas aos cálculos biliares: como inflamação da vesícula biliar (colecistite), bloqueio do ducto biliar (coledocolitiase), infecção na via biliar (colangite), obstrução do ducto biliar comum, pancreatite biliar, formação de cálculos nos ductos biliares ou inflamação da vesícula biliar (colecistite)
  • Disfunção da vesícula biliar: quando a vesícula biliar não funciona adequadamente, não esvaziando corretamente ou apresentando contrações irregulares; isso pode causar sintomas semelhantes aos cálculos biliares e afetar negativamente a digestão das gorduras
  • Câncer de vesícula biliar: em casos de câncer diagnosticado na vesícula biliar, geralmente é necessário remover o órgão cirurgicamente, juntamente com uma parte do fígado 

Como funciona a colecistectomia?

Existem duas formas principais de realizar a colecistectomia: por via aberta ou laparoscópica, descritas a seguir.

Colecistectomia aberta:

  • Anestesia: o paciente recebe anestesia geral, o que significa que estará inconsciente durante todo o procedimento
  • Incisão: o cirurgião faz uma incisão (corte) na parte superior direita do abdome, abaixo das costelas, a incisão de Kocher
  • Acesso à vesícula biliar: o cirurgião separa cuidadosamente os tecidos ao redor para acessar a vesícula biliar
  • Remoção da vesícula biliar: a vesícula biliar é desconectada do ducto biliar através da ligadura do ducto cístico, ligadura da artéria cística, e cuidadosamente removida; em alguns casos, pode ser necessário realizar uma exploração da via biliar para retirar também os cálculos biliares presentes nos ductos biliares
  • Encerramento: o cirurgião fecha a incisão com suturas simples ou intradérmica para um melhor resultado estético, dependendo da existência de quadro infeccioso prévio na vesícula biliar

Colecistectomia laparoscópica:

  • Anestesia: o paciente recebe anestesia geral, permanecendo inconsciente durante a cirurgia
  • Incisões: o cirurgião faz de 3 a 4 pequenas incisões no abdome, geralmente menores que 1 cm, para inserção do laparoscópio, um instrumento com uma câmera acoplada a uma fonte de luz, e dos demais instrumentos cirúrgicos
  • Insuflação do abdome: criação do chamado pneumoperitônio; gás carbônico é introduzido no abdômen para criar espaço e permitir a visualização adequada dos órgãos e a realização do procedimento com segurança
  • Manipulação e remoção da vesícula biliar: usando os instrumentos cirúrgicos, o cirurgião manipula a vesícula biliar, desconecta-a dos ductos biliares através da ligadura do ducto cístico e da artéria cística com clips cirúrgicos e a remove através de uma das incisões
  • Encerramento: após a remoção da vesícula biliar, o gás é liberado e as incisões são fechadas com suturas simples ou de pontos intradérmicos para um melhor resultado estético, dependendo da existência de quadro infeccioso prévio na vesícula biliar

A colecistectomia laparoscópica é a técnica mais comum atualmente devido aos benefícios de recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória e cicatrizes menores. No entanto, em certos casos, como complicações graves ou dificuldades técnicas, pode ser necessária uma abordagem aberta. Esta decisão pode ser tomada antecipadamente juntamente com o paciente ou pode ser uma necessidade identificada durante a cirurgia.

A colecistectomia pode apresentar complicações como sangramento, infecção, lesão de órgãos adjacentes, complicações anestésicas e síndrome pós-colecistectomia. No entanto, essas complicações são raras, e a maioria dos pacientes se recupera bem após a cirurgia.

Como é o pós-operatório de colecistectomia?

O pós-operatório de colecistectomia pode variar de acordo com o tipo de cirurgia realizada (aberta ou laparoscópica) e a resposta individual de cada paciente. 

No entanto, existem algumas orientações gerais que podem ser úteis durante o período de recuperação, como as seguintes:

  • Permanência no hospital: na colecistectomia laparoscópica, o tempo de internação geralmente é curto, variando de algumas horas a um dia; já na colecistectomia aberta, a permanência no hospital é de geralmente de 2 a 4 dias
  • Dor e medicação: é comum sentir dor e desconforto após a cirurgia; esses sintomas poderão ser aliviados com o uso dos analgésicos prescritos pela equipe médica
  • Atividade física: é recomendado que o paciente faça repouso relativo nas primeiras semanas após a cirurgia; no entanto, é importante caminhar e realizar movimentos leves para ajudar na recuperação e prevenir complicações
  • Alimentação: inicialmente, é possível que o médico recomende uma dieta líquida ou leve nos primeiros dias após a cirurgia, com a progressão gradual para uma dieta normal
  • Cuidados com os curativos e incisões: se houver incisões, é importante fazer sua higienização e manter os curativos limpos e secos; evite manter as incisões úmidas e expostas até que estejam cicatrizadas
  • Retorno às atividades normais: o tempo necessário para retornar às atividades normais pode variar de acordo com a atividade desempenhada e sensibilidades individuais, mas geralmente a recuperação total leva algumas semanas
  • Acompanhamento médico: é importante comparecer às consultas de acompanhamento agendadas para avaliar o progresso da recuperação 

O que é importante saber sobre a colecistectomia?

São orientações importantes sobre a colecistectomia:

  • A colecistectomia é a remoção cirúrgica da vesícula biliar e é indicada para tratar cálculos biliares sintomáticos, complicações relacionadas, disfunção e câncer da vesícula biliar
  • Existem duas técnicas principais: colecistectomia aberta e laparoscópica; a laparoscopia é mais comum, com menor tempo de recuperação e cicatrizes menores
  • Antes da colecistectomia, o médico realizará exames pré-operatórios e fornecerá instruções específicas sobre jejum, medicamentos a serem suspensos e cuidados pré-operatórios
  • Planeje ter alguém para acompanhá-lo no dia da cirurgia e ajudar nos cuidados pós-operatórios
  • No pós-operatório, siga as orientações médicas sobre repouso, cuidados com as incisões, dieta e medicação
  • Tenha expectativas realistas sobre o tempo de recuperação, pois cada pessoa é diferente; geralmente, leva algumas semanas para retornar às atividades normais
  • Acompanhe as consultas de acompanhamento agendadas com o médico para avaliar a recuperação e esclarecer quaisquer dúvidas ou preocupações
  • Comunique imediatamente o médico se ocorrerem sintomas incomuns, como febre persistente, aumento da dor, sangramento excessivo ou sinais de infecção nas incisões

Lembre-se de que essas são orientações gerais para a cirurgia de colecistectomia, e o médico fornecerá instruções personalizadas com base no caso específico de cada paciente.

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
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