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Cistos do pâncreas

Atualizado em: 19/07/2023
Tempo de Leitura: 4 minutos
Sumário
Cistos do pâncreas - Imagem Ilustrativa

Cistos do pâncreas são bolsas cheias de líquido que se formam nesse órgão. Podem ser benignos ou malignos e podem não apresentar sintomas. O diagnóstico é feito por exames de imagem e o tratamento varia conforme o tipo e tamanho do cisto, podendo incluir observação, drenagem ou cirurgia. Saiba mais!

O que são os cistos do pâncreas?

Os cistos do pâncreas são estruturas de formato arredondado ou oval preenchidas com líquido, que podem se desenvolver dentro do órgão. Existem vários tipos de cistos pancreáticos, sendo os mais comuns os cistos pseudopapilares, serosos e mucinosos.

A epidemiologia dos cistos do pâncreas varia de acordo com o tipo. Os cistos pseudopapilares, por exemplo, são mais comuns em mulheres jovens, enquanto os cistos serosos são mais frequentes em homens idosos.

A maioria dos cistos do pâncreas é benigna, o que significa que não são cancerígenos. No entanto, alguns tipos de cistos mucinosos podem ter o potencial de se transformar em câncer ao longo do tempo. Portanto, a identificação do tipo de cisto do pâncreas é fundamental devido a necessidade de identificar seu potencial de malignidade.

Cistos benignos do pâncreas são os pseudocistos, cistoadenoma seroso e os cistos epiteliais. A neoplasia mucinosa intraductal papilar e as neoplasias císticas mucinosas apresentam potencial de malignização. Já neoplasia sólida pseudopapilar  e os tumores neuroendocrinos pancreáticos císticos são considerados lesões malignas. 

A gravidade dos cistos do pâncreas depende de vários fatores, como o tipo de cisto, tamanho, presença de septações (divisões internas) e alterações celulares. 

O acompanhamento médico regular é essencial para avaliar a progressão dos cistos e determinar a melhor abordagem terapêutica em cada caso. 

Como se desenvolvem os cistos do pâncreas?

Os cistos do pâncreas podem se desenvolver de diferentes maneiras, dependendo do tipo de cisto. No entanto, em geral, eles são resultados de alterações no crescimento das células do pâncreas ou de obstrução dos ductos pancreáticos, levando ao acúmulo de fluido.

As causas dos cistos do pâncreas não são completamente compreendidas, mas existem alguns fatores de risco associados ao seu desenvolvimento. Alguns dos principais fatores de risco incluem:

  • Idade avançada: os cistos do pâncreas são mais comuns em pessoas mais velhas, sendo mais frequentes em indivíduos acima de 60 anos
  • Sexo feminino: alguns tipos de cistos pancreáticos, como os cistos mucinosos, têm maior incidência em mulheres
  • Tabagismo: fumar aumenta o risco de desenvolver cistos pancreáticos
  • Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de cistos do pâncreas ou câncer de pâncreas podem ter maior predisposição para desenvolvê-los
  • Síndromes genéticas: certas síndromes hereditárias, como a síndrome de von Hippel-Lindau, síndrome de Peutz-Jeghers e síndrome de pré-disposição hereditária ao câncer de mama e ovário (BRCA), aumentam o risco de desenvolver cistos pancreáticos

É importante ressaltar que nem todas as pessoas com fatores de risco desenvolverão cistos pancreáticos, e também é possível que algumas pessoas sem fatores de risco apresentem esses cistos. 

Quais os sintomas de cistos do pâncreas?

Os cistos do pâncreas podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas e são descobertos incidentalmente durante exames de imagem realizados por outras razões. 

No entanto, em alguns casos, os cistos do pâncreas podem causar sintomas. Os sintomas variam dependendo do tamanho, localização e tipo de cisto, mas podem incluir:

  • Dor abdominal: pode ocorrer dor na região abdominal, especialmente se o cisto estiver pressionando estruturas próximas
  • Sensação de plenitude ou desconforto abdominal: alguns cistos maiores podem causar uma sensação de plenitude ou desconforto no abdome
  • Náuseas e vômitos: em casos mais avançados, os cistos pancreáticos podem afetar a função digestiva e levar a sintomas gastrointestinais
  • Perda de peso inexplicada: em alguns casos, os cistos pancreáticos podem interferir na absorção de nutrientes, levando à perda de peso não intencional

É importante destacar que esses sintomas não são exclusivos dos cistos do pâncreas e podem estar relacionados a outras condições. É fundamental consultar um médico para uma avaliação adequada caso apresente qualquer um desses sintomas.

Como é o diagnóstico dos cistos do pâncreas?

O diagnóstico dos cistos do pâncreas envolve uma abordagem que inclui exames clínicos, de imagem e, em alguns casos, procedimentos invasivos. Os seguintes métodos são comumente utilizados para diagnosticar cistos pancreáticos:

  • Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser usadas para identificar e caracterizar os cistos do pâncreas
  • Endoscopia digestiva alta: a ecoendoscopia pode ser realizada para avaliar diretamente o pâncreas e coletar amostras de tecido (biópsia) 
  • Marcadores tumorais: alguns cistos pancreáticos podem ser avaliados quanto à presença de certos marcadores tumorais no sangue
  • Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): esse procedimento é realizado para obter uma amostra do líquido do cisto para análise laboratorial
  • Avaliação histopatológica: em casos em que há suspeita de malignidade, é necessária uma análise histopatológica das células do cisto 

Como é o tratamento dos cistos do pâncreas?

O tratamento dos cistos do pâncreas depende de vários fatores, como o tipo e tamanho do cisto, a presença de sintomas, características de risco e a possibilidade de malignidade. As opções de tratamento incluem:

  • Observação e acompanhamento: cistos pequenos e assintomáticos, com baixo risco de malignidade, geralmente são monitorados periodicamente 
  • Drenagem do cisto: em alguns casos, cistos sintomáticos ou com complicações, como infecção ou obstrução, podem requerer drenagem para aliviar os sintomas
  • Ressecção cirúrgica: em casos de cistos de alto risco, suspeita de malignidade ou sintomas persistentes, a remoção cirúrgica pode ser necessária

O tratamento dos cistos do pâncreas é altamente individualizado e requer uma abordagem que leve em consideração o estado de saúde geral do paciente e as características específicas do cisto.

Foto Dr Yuri Boteon
Dr. Yuri Boteon
CRM: 144.829/SP
RQE: 56131 - Cirurgia Geral
Cirurgião da Equipe de Transplante de Fígado da Rede D’or. Professor da Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e do Departamento de Cirurgia da Universidade Santo Amaro.
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