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Estenose de via biliar

Atualizado em: 19/07/2023
Tempo de Leitura: 4 minutos
Sumário
Estenose de Via Biliar - Imagem Ilustrativa

A estenose de via biliar é caracterizada pelo estreitamento ou obstrução parcial das vias biliares, que transportam a bile do fígado para o intestino. Isso pode causar sintomas como icterícia, dor abdominal e coceira na pele. O tratamento pode envolver procedimentos endoscópicos, cirurgia ou remoção da causa subjacente. Saiba mais!

O que é a estenose de via biliar?

A estenose de via biliar é uma condição em que ocorre um estreitamento anormal ou bloqueio parcial das vias biliares, que são responsáveis pelo transporte da bile do fígado para o intestino delgado. A bile é um fluido produzido pelo fígado que auxilia na digestão e absorção de gorduras.

A estenose pode ocorrer em qualquer parte do sistema biliar, incluindo os ductos hepáticos (dentro do fígado), o ducto colédoco (que conecta o fígado ao intestino delgado) ou os ductos biliares intra-hepáticos (dentro do fígado).

A estenose de via biliar é uma condição menos comum em comparação com outras doenças biliares, como cálculos biliares ou colangite.

Como se desenvolve a estenose de via biliar?

São algumas das principais causas e mecanismos de desenvolvimento da estenose de via biliar:

  • Inflamação crônica: como na colangite esclerosante primária, pode levar ao estreitamento gradual dos ductos biliares devido à formação de tecido cicatricial
  • Obstrução por cálculos biliares: podem causar inflamação e irritação, resultando em estenose; isso pode ocorrer tanto nos ductos intra-hepáticos quanto no ducto colédoco
  • Lesões ou cirurgias anteriores: intervenções cirúrgicas anteriores no sistema biliar, como remoção da vesícula biliar ou cirurgia de reconstrução, podem causar estenose 
  • Infecções: infecções crônicas ou repetidas nas vias biliares, como colangite, podem levar à inflamação e cicatrização
  • Tumores: tanto benignos quanto malignos, localizados nas vias biliares podem causar estenose, comprimindo ou obstruindo o fluxo normal da bile
  • Anomalias congênitas: algumas pessoas podem nascer com anormalidades nas vias biliares, como estreitamentos ou desenvolvimento anormal

A estenose de via biliar pode ser progressiva, ou seja, piorar ao longo do tempo, à medida que a causa subjacente continua a afetar as vias biliares. 

Quais os sintomas da estenose de via biliar?

Os sintomas da estenose de via biliar podem variar dependendo da gravidade e localização do estreitamento das vias biliares. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Icterícia: é um dos sintomas mais característicos da estenose de via biliar e ocorre devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue, resultando em coloração amarelada da pele, dos olhos e das mucosas
  • Dor abdominal: a estenose de via biliar pode causar dor abdominal, geralmente localizada no lado direito superior do abdome
  • Náuseas e vômitos: a obstrução parcial das vias biliares pode afetar a digestão adequada dos alimentos, levando a esses sintomas
  • Coceira na pele: o acúmulo de bile na corrente sanguínea pode causar coceira intensa na pele
  • Fezes claras e urina escura: na presença de estenose de via biliar, a bile pode não chegar ao intestino em quantidade adequada, resultando em fezes claras; além disso, a bilirrubina pode se acumular na urina, deixando-a com uma cor mais escura
  • Fadiga e fraqueza: a obstrução do fluxo de bile pode interferir na absorção adequada de nutrientes, levando a sintomas de fadiga e fraqueza

É importante destacar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e dependem da gravidade da estenose e da presença de complicações adicionais, como infecção ou cálculos biliares. 

Como é feito o diagnóstico da estenose de via biliar?

O diagnóstico da estenose de via biliar envolve uma combinação de histórico clínico, exame físico e exames de imagem, entre outros, citados a seguir:

  • Exames de sangue: para verificar os níveis de bilirrubina, enzimas hepáticas e outros marcadores relacionados à função hepática; níveis anormais podem sugerir a presença de estenose de via biliar
  • Ultrassonografia abdominal: é um exame não invasivo que pode fornecer informações sobre a dilatação dos ductos biliares, presença de cálculos biliares ou outras anormalidades
  • Tomografia computadorizada e ressonância magnética: podem fornecer imagens mais detalhadas das vias biliares, ajudando a identificar estreitamentos ou obstruções
  • Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE): durante o exame, um endoscópio é passado através da boca e do estômago até o intestino delgado, onde um corante de contraste é injetado nas vias biliares para obter imagens

Como é o tratamento da estenose de via biliar?

O tratamento da estenose de via biliar depende da causa subjacente, da localização e da gravidade do estreitamento das vias biliares e pode incluir:

  • Procedimentos endoscópicos: a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é frequentemente realizada para o diagnóstico e tratamento da estenose de via biliar; por meio da CPRE, pode-se realizar dilatação e colocação de stent
  • Cirurgia: em casos mais graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica; a cirurgia pode envolver a remoção do tecido cicatricial ou da área estreitada das vias biliares, seguida pela reconstrução da via biliar para restaurar o fluxo normal da bile
  • Transplante de fígado: em casos extremos, nos quais a estenose de via biliar está associada a danos hepáticos graves ou doença hepática avançada, um transplante de fígado pode ser considerado como opção de tratamento
  • Tratamento da causa subjacente: é importante tratar a condição subjacente que levou à estenose de via biliar; isso pode incluir o gerenciamento de doenças inflamatórias, o tratamento de infecções ou a remoção de cálculos biliares

O tratamento adequado será determinado pelo médico com base na avaliação completa do paciente, incluindo a gravidade dos sintomas, os resultados dos exames de imagem e a avaliação da causa subjacente da estenose. 

É essencial buscar orientação médica para receber um diagnóstico adequado e um plano de tratamento eficaz!

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
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