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Doença policística do fígado

Atualizado em: 19/07/2023
Tempo de Leitura: 4 minutos
Sumário
Doença Policística do Fígado - Imagem Ilustrativa

A doença policística do fígado é uma condição genética em que múltiplos cistos se formam no fígado. Esses cistos podem variar em tamanho e número, afetando a função hepática e causando sintomas como dor abdominal, sensação de plenitude e desconforto. O tratamento visa aliviar os sintomas e monitorar a progressão da doença. Saiba mais!

O que é a doença policística do fígado?

A doença policística do fígado, também conhecida como poliquistose hepática, é uma condição genética rara em que múltiplos cistos se formam no fígado. Esses cistos são bolsas cheias de líquido que se desenvolvem nos tecidos do órgão. 

A doença pode ser hereditária, ou seja, transmitida de pais para filhos, e pode variar em gravidade e progressão. Em alguns casos, os cistos são pequenos e não causam sintomas significativos, enquanto em outros casos mais graves, os cistos podem aumentar de tamanho e afetar a função hepática, causando sintomas e complicações. 

Como se desenvolve a doença policística do fígado?

A doença policística do fígado ocorre devido a mutações nos genes relacionados ao desenvolvimento e crescimento dos ductos biliares do fígado. Essas mutações levam ao crescimento anormal e desordenado dos ductos biliares, resultando na formação de múltiplos cistos.

A doença pode ser hereditária, transmitida de forma autossômica dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado é suficiente para causar a doença. Os filhos de um indivíduo afetado têm 50% de chance de herdar a mutação e desenvolver a doença.

Os cistos começam a se formar durante a vida fetal, mas normalmente não são detectáveis ​​até a idade adulta. Com o passar do tempo, os cistos podem aumentar de tamanho e número, levando ao aumento do volume do fígado. 

Acredita-se que outros fatores, além das mutações genéticas, possam influenciar o desenvolvimento da doença policística do fígado. Por exemplo, hormônios sexuais, como o estrogênio.

Embora a doença policística do fígado seja uma condição genética, nem todos os portadores da mutação desenvolvem cistos hepáticos sintomáticos. 

Quais os sintomas da doença policística do fígado?

Os sintomas da doença policística do fígado podem variar amplamente de pessoa para pessoa e também dependem da extensão e do tamanho dos cistos hepáticos. 

Em alguns casos, a doença pode ser assintomática e ser descoberta incidentalmente durante exames médicos. No entanto, quando os sintomas estão presentes, eles podem incluir:

  • Dor abdominal: pode ser uma dor persistente, episódios de dor aguda causados pelo aumento do tamanho dos cistos ou dor causada por complicações relacionadas
  • Sensação de plenitude: os cistos no fígado podem causar uma sensação de plenitude ou desconforto abdominal devido ao aumento do volume do órgão
  • Distensão abdominal: o crescimento dos cistos pode levar ao inchaço e distensão do abdome
  • Palpação de massas ou saliências no abdome: cistos hepáticos grandes podem ser sentidos durante um exame físico como massas ou saliências na região abdominal
  • Problemas digestivos: como náuseas, vômitos, sensação de saciedade precoce durante as refeições ou dificuldade em digerir os alimentos

É importante ressaltar que a doença policística do fígado pode ter uma ampla variação de sintomas e gravidade. Além disso, em alguns casos raros, podem ocorrer complicações graves, como infecções nos cistos, sangramento intracístico ou ruptura dos cistos. 

Como é feito o diagnóstico da doença policística do fígado?

O diagnóstico da doença policística do fígado geralmente é baseado em uma combinação de histórico clínico, exame físico e exames de imagem, como:

  • Ultrassonografia abdominal: é frequentemente o primeiro exame de imagem realizado e pode ajudar a identificar a quantidade, tamanho e localização dos cistos
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: estes exames mais avançados podem fornecer uma visão mais detalhada dos cistos hepáticos
  • Testes genéticos: em alguns casos, quando há suspeita de doença policística do fígado de origem genética, podem ser realizados testes para identificar mutações
  • Avaliação da função hepática: incluindo testes que medem os níveis de enzimas hepáticas, bilirrubina e outras substâncias
  • Avaliação de complicações: em casos de sintomas graves ou complicações, podem ser necessários exames adicionais, como drenagem de cistos para análise de fluido, biópsia hepática ou outros exames específicos para avaliar a extensão da doença e suas complicações

Como é o tratamento da doença policística do fígado?

O tratamento da doença policística do fígado é voltado para o gerenciamento dos sintomas, prevenção de complicações e acompanhamento regular da condição. Não há cura definitiva para a essa doença, pois ela é uma condição crônica. São abordagens comuns no tratamento:

  • Gerenciamento dos sintomas: como analgésicos para aliviar a dor abdominal ou medicamentos para controlar náuseas e vômitos
  • Acompanhamento e monitoramento: é fundamental realizar consultas regulares para monitorar o tamanho dos cistos, avaliar a função hepática e verificar a ocorrência de complicações
  • Tratamento de complicações: caso ocorram complicações, como infecção, sangramento ou ruptura dos cistos, intervenções específicas podem ser necessárias
  • Estilo de vida saudável: incluindo uma dieta balanceada, controle de peso, exercícios físicos e evitar o consumo de álcool, pode ajudar a manter a saúde 
  • Transplante de fígado: em casos graves, quando a função hepática está comprometida de forma significativa ou ocorrem complicações graves e progressivas, um transplante de fígado pode ser considerado

É importante ressaltar que cada caso é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais do paciente.

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
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