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Quando o transplante de fígado é indicado? Existe algum risco ao receptor?

Atualizado em: 28/09/2023
Tempo de Leitura: 4 minutos
Sumário

 Descubra como o transplante de fígado pode transformar vidas. Conheça os casos em que essa intervenção cirúrgica é crucial, os procedimentos envolvidos e os cuidados pós-operatórios. Clique aqui e tire suas dúvidas!

O fígado, um dos maiores e mais vitais órgãos do corpo humano, desempenha múltiplas funções. Sua importância abrange a regulação metabólica do corpo, a produção de proteínas essenciais e a desintoxicação e metabolização de nutrientes e medicamentos no organismo.

Com a alta incidência de doenças hepáticas, como cirrose, hepatites crônicas e câncer de fígado, o transplante de fígado se torna crucial para oferecer uma segunda chance a pacientes debilitados.

A disponibilidade limitada de órgãos doados coloca um desafio adicional em um sistema de transplante já sobrecarregado. 

Neste artigo, vamos explorar o transplante de fígado, incluindo quando é indicado, como funciona, quais são os riscos da cirurgia e quais os cuidados necessários após o procedimento. Leia até o final e entenda!

O que é o transplante de fígado?

O transplante de fígado é um procedimento cirúrgico complexo no qual um fígado saudável proveniente de um doador compatível é implantado em um receptor cujo fígado original não está mais funcionando de maneira adequada.

A finalidade desse procedimento é fornecer uma oportunidade de vida para pacientes com doenças hepáticas em estágios avançados e irreversíveis.

Quando o transplante de fígado é necessário?

A necessidade de um transplante de fígado surge mais comumente quando o órgão atinge um estágio crítico de disfunção ou apresenta o câncer primário do fígado (o carcinoma hepatocelular) dentro de critérios definidos. Isso pode ser resultado de diversas condições, como cirrose hepática, hepatite crônica e outras doenças graves que afetam a integridade do fígado, que abordaremos a seguir.

  • Cirrose hepática avançada: a cirrose é uma condição na qual o fígado desenvolve cicatrizes irreversíveis devido a danos prolongados; em estágios avançados, o fígado perde sua capacidade de funcionar adequadamente e o transplante de fígado pode ser necessário.
  • Câncer de fígado: em casos de carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado, o transplante pode ser uma opção para pacientes que não são candidatos a outros tratamentos ou cujo câncer não é elegível para remoção cirúrgica.
  • Hepatite fulminante: em casos raros, a falência hepática aguda pode ocorrer devido a infecções, intoxicação medicamentosa e outros fatores; se o fígado não conseguir se recuperar a tempo, um transplante de fígado pode ser necessário.

Outras doenças graves que podem levar à cirrose hepática são:

  • Cirrose biliar primária e colangite biliar primária: essas são doenças autoimunes que afetam os ductos biliares do fígado; quando a função hepática é comprometida devido a essas condições, um transplante de fígado pode ser a melhor alternativa.
  • Doença de Wilson e hemocromatose: essas doenças afetam o metabolismo de minerais como cobre e ferro, levando ao acúmulo desses elementos no fígado; se isso resultar em danos hepáticos graves, um transplante pode ser necessário.
  • Colangite esclerosante primária: essa é outra doença inflamatória que afeta os ductos biliares do fígado; se não for controlada e levar à insuficiência hepática, um transplante pode ser considerado.

Como funciona o transplante de fígado?

O transplante de fígado envolve várias etapas. Inicialmente, o paciente é submetido a uma avaliação rigorosa para determinar a indicação do transplante e a sua aptidão para a cirurgia. 

Uma vez incluído na lista única de espera do Ministério da Saúde, o paciente aguardará pela oferta à equipe de transplante de um fígado compatível, proveniente de um doador falecido. Durante a intervenção cirúrgica, o fígado doente é retirado e substituído pelo fígado saudável do doador. 

Após o transplante, o uso contínuo de medicamentos imunossupressores é necessário para evitar a rejeição do órgão transplantado e o paciente deverá acompanhar com um médico especialista.

Quais são os riscos do transplante de fígado?

Apesar dos benefícios do transplante de fígado, a cirurgia não está isenta de riscos. As principais complicações incluem a possibilidade de infecções, complicações cirúrgicas e efeitos adversos dos medicamentos imunossupressores, detalhados a seguir.

  • Rejeição do órgão: o sistema imunológico do receptor pode identificar o fígado transplantado como um corpo estranho e tentar rejeitá-lo; para prevenir essa rejeição, os pacientes devem tomar medicamentos para suprimir o sistema imune (imunossupressores) pelo resto de suas vidas.
  • Infecções: devido à supressão imunológica, os pacientes transplantados são mais suscetíveis a infecções, que podem se desenvolver após a cirurgia, durante a recuperação ou até mesmo anos após o procedimento.
  • Complicações cirúrgicas: como qualquer cirurgia, o transplante de fígado apresenta riscos associados à anestesia, sangramento excessivo, complicações na incisão cirúrgica e problemas relacionados à cicatrização.
  • Efeitos colaterais dos medicamentos: os medicamentos imunossupressores podem causar uma série de efeitos colaterais, incluindo ganho de peso, osteoporose, hipertensão, diabetes, problemas renais e distúrbios gastrointestinais.

Quais os cuidados após o transplante de fígado?

O período após a cirurgia de transplante de fígado demanda um compromisso rigoroso com os cuidados médicos. 

Isso abrange o cumprimento da prescrição dos medicamentos, realização de exames de acompanhamento e a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e a abstinência do álcool

O acompanhamento médico constante é imprescindível para garantir a saúde contínua do novo fígado.

O transplante de fígado não apenas restaura vidas, mas renova a esperança e a determinação daqueles que enfrentam doenças hepáticas avançadas. Compreender os riscos envolvidos, bem como os cuidados pós-operatórios, é crucial para o sucesso a longo prazo desse procedimento complexo.

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

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Lista de comentários

  1. 2003 descobri ser portador da hepatite C e só em 2017 consegui ser curado porém o fígado já muito doente sem qualidade de vida.
    Março 2020 entrei na fila passando por todo processo em setembro 2o2o fui transplantado, hoje com uma qualidade de vida melhor posso cumprir minha missão.
    Gratidão sempre 🙏

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