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Esteatose hepática: quais os riscos?

Atualizado em: 22/08/2023
Tempo de Leitura: 5 minutos
Sumário

A esteatose hepática, ou fígado gorduroso, é uma condição em que há acúmulo excessivo de gordura no fígado, podendo levar a complicações graves. Adotar um estilo de vida saudável e consultar um médico regularmente são medidas importantes para diagnóstico e tratamento adequados. Clique aqui e tire suas dúvidas sobre essa condição!

A esteatose hepática, também conhecida como "fígado gorduroso", é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, que pode ocorrer devido ao consumo elevado de gorduras, açúcares e álcool, além de fatores como obesidade, diabetes e sedentarismo. 

O fígado é um órgão vital do sistema digestivo e desempenha uma série de funções essenciais para o organismo. Entre as principais, destacam-se a síntese da bile, que auxilia a digestão de gorduras, o armazenamento e liberação de glicose para manter os níveis de açúcar no sangue estáveis, e o metabolismo de proteínas e gorduras, contribuindo para o equilíbrio nutricional. 

Além disso, o fígado é responsável pela desintoxicação do organismo, pois ele metaboliza substâncias e medicamentos, e pela produção de proteínas plasmáticas que participam da coagulação sanguínea e do sistema imunológico. 

Neste artigo, exploraremos mais a fundo a esteatose hepática, incluindo o seu desenvolvimento, gravidade, riscos associados, opções de tratamento e como preveni-la. Leia até o final e conheça mais sobre essa condição!

Como surge a esteatose hepática?

A esteatose hepática pode surgir de diferentes maneiras, mas a causa mais comum é o acúmulo de gordura no fígado devido a um desequilíbrio entre a entrada e a saída de gorduras nas células hepáticas. 

No caso da esteatose hepática não alcoólica, o espectro inicial da doença hepática gordurosa não alcoólica, o principal fator desencadeante é o estilo de vida e a dieta. Consumo excessivo de calorias, gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados, aliado a um estilo de vida sedentário, pode levar a um acúmulo de gordura no fígado ao longo do tempo

Pessoas com obesidade, diabetes tipo 2, resistência à insulina ou síndrome metabólica têm maior predisposição para desenvolver esteatose hepática não alcoólica.

No caso da esteatose hepática alcoólica, o consumo crônico e excessivo de álcool é o principal fator. O álcool é metabolizado no fígado, e o seu consumo em excesso pode levar a danos nas células hepáticas, interferindo na sua capacidade de metabolizar gorduras e causando acúmulo de lipídios no órgão.

Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de esteatose hepática incluem certos medicamentos, doenças metabólicas, desnutrição e perda rápida de peso.

Ter esteatose hepática é grave? Apresenta riscos à saúde?

Sim, a esteatose hepática é uma condição potencialmente grave e apresenta riscos à saúde. Inicialmente, a esteatose hepática pode não gerar sintomas, e muitas pessoas podem não saber que têm a doença. 

No entanto, quando não tratada ou ignorada, a esteatose hepática pode progredir para estágios mais avançados de inflamação, fibrose do fígado e desencadear complicações.

A esteatose hepática não alcoólica pode evoluir para inflamação do fígado devido ao acúmulo de gordura (a esteato hepatite), que pode levar a danos nas células hepáticas e fibrose, aumentando o risco de desenvolver cirrose. A esteatose hepática alcoólica também pode progredir para estágios mais graves, incluindo hepatite alcoólica e cirrose.

Além disso, a esteatose hepática sinaliza o risco de outras doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, pois está intimamente relacionada à resistência à insulina e ao acúmulo de gordura em outros órgãos.

Portanto, é fundamental diagnosticar e tratar a esteatose hepática precocemente, a fim de evitar complicações graves e preservar a função hepática adequada. 

Quais as opções de tratamento da esteatose hepática?

O tratamento da esteatose hepática visa principalmente a redução do acúmulo de gordura no fígado, o controle de fatores de risco e a prevenção de complicações. As opções de tratamento podem incluir:

Mudanças no estilo de vida

Uma das abordagens mais importantes para tratar a esteatose hepática é a adoção de um estilo de vida saudável. Isso envolve seguir uma dieta balanceada e praticar exercícios físicos regularmente para melhorar a sensibilidade à insulina e auxiliar na perda de peso.

Controle de peso

Perder peso, especialmente em casos de obesidade, pode ajudar a reduzir a gordura no fígado e melhorar a função hepática. 

Tratamento de condições associadas

Se houver condições médicas relacionadas à esteatose hepática, como diabetes, dislipidemia ou hipertensão, é importante controlá-las adequadamente.

Evitar o consumo excessivo de álcool

Para pacientes com esteatose hepática, é fundamental minimizar o consumo de álcool, ou mesmo eliminar completamente em casos de esteatohepatite, o que pode permitir que o fígado se recupere.

Medicamentos

Até o momento, não existem medicamentos específicos comprovadamente eficazes para tratar a esteatose hepática, mas em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para controlar fatores de risco, como diabetes, colesterol elevado ou hipertensão. 

Acompanhamento médico regular

Pessoas com esteatose hepática devem fazer acompanhamento médico regular para monitorar a progressão da doença, avaliar a função hepática e garantir a eficácia das mudanças no estilo de vida e do tratamento prescrito.

Como prevenir a esteatose hepática?

A prevenção da esteatose hepática é possível e geralmente envolve a adoção de um estilo de vida saudável, o que inclui:

  • Consumir uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras e reduzir o consumo de alimentos processados e fast-food;
  • Mantenha um peso saudável, pois o excesso de peso e a obesidade são fatores de risco importantes para a esteatose hepática;
  • A atividade física regular ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir a gordura corporal e melhorar a saúde do fígado;
  • Evitar consumir álcool em excesso, pois esta é uma causa comum de esteatose hepática;
  • Caso você tenha diabetes, hipertensão, colesterol elevado ou outras condições médicas, é importante controlá-las adequadamente;
  • Alguns medicamentos podem afetar o fígado, portanto, tome medicamentos apenas sob prescrição médica e evite o uso desnecessário de suplementos;
  • Certifique-se de estar atualizado com a vacina contra hepatite B, pois essa infecção viral pode prejudicar o fígado.

Lembrando que a esteatose hepática pode se desenvolver mesmo com pessoas que têm hábitos saudáveis, e a genética também pode desempenhar um papel. 

Portanto, consulte um médico regularmente para exames de rotina e monitoramento da saúde do fígado, especialmente se você tiver fatores de risco ou histórico familiar de doenças hepáticas. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz e a prevenção de complicações graves!

Foto Dr Yuri Boteon
Dr. Yuri Boteon
CRM: 144.829/SP
RQE: 56131 - Cirurgia Geral
Cirurgião da Equipe de Transplante de Fígado da Rede D’or. Professor da Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e do Departamento de Cirurgia da Universidade Santo Amaro.

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