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Transplante de fígado intervivos

Atualizado em: 19/07/2023
Tempo de Leitura: 3 minutos
Sumário
Transplante de fígado Intervivos - Imagem Ilustrativa

O transplante de fígado intervivos é realizado de maneira a substituir o fígado doente por apenas uma parte de um fígado de uma pessoa saudável. Isso permite uma alternativa quando não há doador falecido disponível, aumentando as chances de sucesso e reduzindo a lista de espera. Entenda como funciona!

O que é um transplante de fígado intervivos?

O transplante de fígado intervivos é realizado de maneira a substituir o fígado doente por apenas uma parte de um fígado de uma pessoa saudável. O doador pode ser um primo, cônjuge, irmão, conhecido, desde que o faça de maneira voluntária respeitando os critérios e limites judiciais.

Essa modalidade de transplante existe com o objetivo de diminuir as chances do paciente que precisa de um transplante falecer à espera de um órgão. Isso se aplica principalmente no caso de crianças, haja visto que doadores falecidos pediátricos são mais raros.

A parte restante do fígado do doador irá se regenerar e atingir a capacidade funcional similar à anterior em alguns meses após o transplante de fígado intervivos. Da mesma forma, a porção do fígado que foi transplantado também irá se hipertrofiar e restabelecer a função hepática necessária para o receptor.

Como é realizado o transplante de fígado intervivos?

A avaliação para o transplante de fígado intervivos demanda a realização de vários exames em ambos, receptor e doador. Objetiva-se com isso averiguar a compatibilidade entre esses (idade, grupo sanguíneo, peso e altura) e a viabilidade do procedimento (anatomia dos vasos e vias biliares do doador).

Contudo, esse é um procedimento cirúrgico complexo que envolve vários cirurgiões para que seja possível a realização de praticamente três cirurgias ao mesmo tempo — a de retirada de parte do fígado do doador (hepatectomia), o preparo deste órgão na mesa auxiliar (muitas vezes precisam ser feitas reconstruções extras de alguns vasos do enxerto para viabilizar seu uso no receptor) e a cirurgia no receptor — o transplante propriamente dito.

O transplante de fígado intervivos tem riscos?

Os riscos e complicações do transplante de fígado intervivos para o receptor são semelhantes ao transplante de fígado com doador cadáver. 

Há, porém, riscos também ao doador, que são os mesmos de outra cirurgia de grande porte do fígado, como: infecções (pneumonia, infecção de urina e ferida operatória) e, mais raramente, sangramento, fístula biliar e trombose de vasos profundos nas pernas ou pulmões. 

Além destes, outro possível risco é a trombose de veia porta. Essa é uma condição em que ocorre a formação de um coágulo sanguíneo na veia porta, responsável por levar o sangue do intestino e do baço para o fígado. Essa condição pode afetar o fluxo sanguíneo adequado no fígado e requer tratamento imediato para evitar complicações graves.

Apesar de mínima (entre 0,2 e 0,5%), existe ainda a chance de óbito do doador — minimizada em centros especializados e em equipes bem treinadas. Outro fator importante a ser lembrado é que existe o risco de o enxerto doado não funcionar no receptor. 

Essa condição pode causar grandes prejuízos emocionais e psicológicos, por isso é de extrema importância considerar e discutir todos esses fatores com a equipe transplantadora antes de optar pelo transplante de fígado intervivos.

Como é o pós-operatório do transplante de fígado intervivos?

Após o transplante de fígado intervivos, o paciente é transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento contínuo. São realizados exames frequentes para avaliar a função hepática, o fluxo sanguíneo e a resposta imunológica. 

Durante o período pós-operatório imediato, é comum o uso de tubos de drenagem para controlar o fluxo de bile e sangue. A equipe médica administra analgésicos para aliviar a dor e medicamentos imunossupressores para prevenir a rejeição do órgão transplantado. 

O paciente pode enfrentar complicações, como infecções, sangramento, rejeição do órgão e disfunção renal, que exigem tratamento imediato. 

O período de recuperação do transplante de fígado intervivos pode variar, mas é necessário um acompanhamento médico regular e a adesão estrita às orientações médicas para garantir uma recuperação adequada e a prevenção de complicações a longo prazo!

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Dra. Amanda Carvalheiro
CRM: 144.598/SP
RQE: 52807 - Cirurgia Geral
Atualmente é Cirurgiã da Unidade de Transplante de Fígado da Rede D'Or São Luiz. Atuou como Cirurgiã da Equipe HEPATO de Transplante de Fígado no Hospital Leforte , Hospital das Clínicas do Acre e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Hospital Israelita Albert Einstein e na Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
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