Pólipos da vesícula biliar
Sumário
Os pólipos da vesícula biliar são crescimentos anormais na parede interna do órgão. Embora a maioria seja benigna e não cause sintomas, alguns pólipos podem ter risco de se tornar câncer. A remoção cirúrgica da vesícula biliar é muitas vezes indicada, proporcionando alívio e prevenindo complicações futuras. Saiba mais!
O que são pólipos da vesícula biliar?
Os pólipos de vesícula biliar são lesões que crescem na mucosa da parede desse órgão. Eles são na maioria das vezes assintomáticos e encontrados geralmente incidentalmente em ultrassonografias de abdome de rotina.
Ainda, os pólipos de vesícula biliar são encontrados algumas vezes pelo médico patologista durante o exame anatomopatológico após a cirurgia de retirada desse órgão (colecistectomia). Esses pólipos podem ser lesões benignas ou malignas.
Os pólipos da vesícula biliar são perigosos?
Os pólipos da vesícula biliar podem apresentar diferentes riscos, dependendo se são benignos ou malignos. Pólipos benignos, em geral, são lesões pequenas e estáveis, com baixo risco de transformação em câncer. No entanto, pólipos malignos possuem potencial para se tornarem tumores cancerígenos, representando um maior perigo à saúde.
Dentre os pólipos da vesícula biliar benignos há:
- Pólipos de colesterol: resultam da deposição de triglicérides e colesterol na parede da vesícula biliar; são geralmente pequenos, menores que 1 cm, e podem ser múltiplos
- Pólipos inflamatórios: compostos por tecido de granulação; são causados por processos inflamatórios na vesícula biliar
- Adenomiomatose: caracterizados pelo crescimento anormal da mucosa da vesícula biliar, juntamente com o espessamento da parede muscular e formação de divertículos
Embora os pólipos adenomatosos ou adenomas de vesícula sejam também benignos, essas lesões têm o potencial de se tornarem malignas. Pólipos adenomatosos maiores que 1 cm tem um risco de 35 a 55% de se tornarem malignos.
Em geral, os pólipos malignos da vesícula biliar são adenocarcinomas. Os principais fatores de risco para malignidade em pólipos de vesícula biliar são:
- Pólipos maiores que 1 cm
- Diagnóstico de colangite esclerosante primária e pólipos ou nódulos na vesícula biliar
- Pólipos sésseis
- Pacientes com idade maior que 50 anos
Entre os possíveis diagnósticos diferenciais estão: colelitíase (pedra na vesícula) sintomática, colecistite (inflamação da vesícula biliar), coledocolitíase (cálculos nos ductos biliares) ou colangite (infecção das vias biliares). A presença de sintomas aumenta a suspeita de diagnósticos diferenciais que podem estar associados.
Quais sintomas os pólipos da vesícula biliar podem causar?
Os pólipos da vesícula biliar, especialmente os benignos, geralmente não apresentam sintomas específicos.
No entanto, em alguns casos, os pólipos podem causar sintomas como dor abdominal ou desconforto, especialmente se forem grandes ou se estiverem associados a complicações, como inflamação da vesícula biliar (colecistite) ou obstrução do fluxo da bile.
Além disso, se um pólipo se tornar maligno, podem surgir sintomas semelhantes aos do câncer de vesícula biliar, como perda de peso inexplicada, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), náuseas e vômitos, entre outros.
É importante ressaltar que nem todos os pólipos se tornam cancerosos, mas é essencial monitorar e avaliar a condição regularmente.
Como é o tratamento dos pólipos da vesícula biliar?
O tratamento dos pólipos da vesícula biliar pode ser cirúrgico e deve ser definido preferencialmente por um cirurgião hepatobiliar.
A decisão vai ser baseada nos sintomas do paciente, nas características do pólipo, progressão do mesmo e associação ou não com cálculos na vesícula.
Quando indicado o tratamento cirúrgico, propõe-se inicialmente a colecistectomia (cirurgia de retirada da vesícula biliar).
Pacientes assintomáticos que não apresentam fatores de risco para malignidade com um pólipo menor que 1 cm poderão ser acompanhados com ultrassonografias semestrais.
A decisão entre tratamento cirúrgico ou acompanhamento é de extrema importância, haja visto a possibilidade de evolução para câncer de vesícula.
Este último é uma doença grave, de prognóstico reservado e que pode apresentar complicações e evolução muito desfavoráveis.
No geral, a colecistectomia é um procedimento seguro e eficaz, proporcionando alívio dos sintomas e prevenindo complicações futuras.
