Câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)
Sumário
O câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) se desenvolve nos ductos que transportam a bile do fígado para o intestino. É uma doença grave e de difícil diagnóstico precoce. O tratamento envolve cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo, dependendo do estágio e localização do tumor. Saiba mais!
O que é o câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)?
O câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) é um tipo de câncer que se desenvolve nos ductos biliares, que são os tubos responsáveis pelo transporte da bile do fígado para o intestino. É um tumor maligno agressivo e sua gravidade depende do estágio da doença no momento do diagnóstico.
Esse câncer é mais comum em pessoas com mais de 60 anos e ocorre com maior frequência em áreas com alta incidência de doenças hepatobiliares (do fígado e das vias biliares).
O câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) tende a ser diagnosticado em estágios mais avançados pois costuma ser assintomático nos estágios iniciais, dificultando o diagnóstico precoce.
O prognóstico é geralmente desfavorável devido à detecção tardia e alta taxa de recorrência. No entanto, avanços recentes em opções terapêuticas têm melhorado as perspectivas de tratamento.
Como se desenvolve o câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)?
O câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) se desenvolve a partir de alterações genéticas nas células que revestem os ductos biliares. Embora a causa exata não seja completamente compreendida, existem fatores de risco associados ao seu desenvolvimento.
A presença de doenças biliares crônicas, como colangite esclerosante primária, cistos de colédoco e colangite recorrente, aumenta o risco de desenvolver colangiocarcinoma.
Além disso, a infecção crônica pelo parasita Opistorchis viverrini e a infecção pela bactéria Helicobacter bilis também estão relacionadas ao surgimento do câncer.
A inflamação crônica dos ductos biliares, devido a pedras na vesícula biliar, cirrose biliar primária ou pancreatite crônica, também pode contribuir para o desenvolvimento do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma).
Além disso, a exposição a toxinas ambientais, como produtos químicos industriais e compostos nitrosaminas presentes em certos alimentos, pode desempenhar um papel na formação do tumor.
As alterações genéticas resultantes desses fatores de risco podem levar ao crescimento descontrolado das células das vias biliares, formando tumores cancerígenos.
É importante notar que nem todas as pessoas com fatores de risco desenvolverão o câncer das vias biliares (colangiocarcinoma), e algumas pessoas podem desenvolvê-lo sem apresentar fatores de risco conhecidos.
Quais os sintomas do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)?
Os sintomas do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) podem variar dependendo da localização e do estágio do tumor. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Icterícia: coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina pela obstrução dos ductos biliares
- Dor abdominal: dor persistente ou desconforto na região abdominal, que pode ser localizada ou difusa
- Perda de peso inexplicada: uma perda de peso significativa e não intencional sem alterações na dieta ou atividade física
- Fadiga: cansaço excessivo, falta de energia e fraqueza geral
- Coceira: sensação intensa de coceira na pele causada pelo acúmulo de bilirrubina
- Alterações no apetite: perda de apetite, sensação de saciedade precoce ou aversão a certos alimentos
- Náuseas e vômitos: sensação de enjoo e episódios de vômitos
- Mudanças nas fezes e urina: fezes claras ou acinzentadas e urina escura devido ao acúmulo de bilirrubina
- Inchaço abdominal: sensação de inchaço ou aumento do tamanho do abdome
É importante lembrar que esses sintomas também podem estar associados a outras condições de saúde, por isso, uma avaliação detalhada é importante.
Como é o diagnóstico do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)?
O diagnóstico do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) envolve uma série de exames e procedimentos para avaliar os sintomas e confirmar a presença do tumor, como:
- Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética
- Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE): é um procedimento que combina endoscopia e radiografia para examinar as vias biliares e o pâncreas
- Biópsia: a obtenção de uma amostra de tecido é essencial para confirmar o diagnóstico do colangiocarcinoma
- Marcadores tumorais: como o antígeno carcinoembrionário e o antígeno CA 19-9, podem estar elevados no sangue de pessoas com colangiocarcinoma
- Laparoscopia exploratória: em alguns casos, a laparoscopia pode ser realizada para visualizar diretamente as vias biliares e outros órgãos abdominais
Como é o tratamento do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma)?
O tratamento do câncer das vias biliares (colangiocarcinoma) depende de vários fatores, como o estágio do tumor, sua localização e a condição geral do paciente e pode incluir:
- Cirurgia: a remoção cirúrgica do tumor é a abordagem preferida quando possível e pode envolver cirurgias de ressecção do fígado, das vias biliares ou do pâncreas, dependendo da localização do tumor
- Radioterapia: a radioterapia usa feixes de radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas ou retardar seu crescimento
- Quimioterapia: a quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células cancerígenas ou controlar seu crescimento
- Terapia alvo: algumas formas de colangiocarcinoma podem ser tratadas com medicamentos direcionados a alterações específicas no câncer
- Transplante de fígado: em casos selecionados de colangiocarcinoma avançado, e em alguns países, o transplante pode ser considerado como opção de tratamento
A escolha do tratamento dependerá das características específicas do tumor e das condições do paciente, com o objetivo de alcançar a melhor resposta possível e melhorar a sobrevida e a qualidade de vida