Transplante de fígado intervivos
Sumário
O transplante de fígado intervivos é realizado de maneira a substituir o fígado doente por apenas uma parte de um fígado de uma pessoa saudável. Isso permite uma alternativa quando não há doador falecido disponível, aumentando as chances de sucesso e reduzindo a lista de espera. Entenda como funciona!
O que é um transplante de fígado intervivos?
O transplante de fígado intervivos é realizado de maneira a substituir o fígado doente por apenas uma parte de um fígado de uma pessoa saudável. O doador pode ser um primo, cônjuge, irmão, conhecido, desde que o faça de maneira voluntária respeitando os critérios e limites judiciais.
Essa modalidade de transplante existe com o objetivo de diminuir as chances do paciente que precisa de um transplante falecer à espera de um órgão. Isso se aplica principalmente no caso de crianças, haja visto que doadores falecidos pediátricos são mais raros.
A parte restante do fígado do doador irá se regenerar e atingir a capacidade funcional similar à anterior em alguns meses após o transplante de fígado intervivos. Da mesma forma, a porção do fígado que foi transplantado também irá se hipertrofiar e restabelecer a função hepática necessária para o receptor.
Como é realizado o transplante de fígado intervivos?
A avaliação para o transplante de fígado intervivos demanda a realização de vários exames em ambos, receptor e doador. Objetiva-se com isso averiguar a compatibilidade entre esses (idade, grupo sanguíneo, peso e altura) e a viabilidade do procedimento (anatomia dos vasos e vias biliares do doador).
Contudo, esse é um procedimento cirúrgico complexo que envolve vários cirurgiões para que seja possível a realização de praticamente três cirurgias ao mesmo tempo — a de retirada de parte do fígado do doador (hepatectomia), o preparo deste órgão na mesa auxiliar (muitas vezes precisam ser feitas reconstruções extras de alguns vasos do enxerto para viabilizar seu uso no receptor) e a cirurgia no receptor — o transplante propriamente dito.
O transplante de fígado intervivos tem riscos?
Os riscos e complicações do transplante de fígado intervivos para o receptor são semelhantes ao transplante de fígado com doador cadáver.
Há, porém, riscos também ao doador, que são os mesmos de outra cirurgia de grande porte do fígado, como: infecções (pneumonia, infecção de urina e ferida operatória) e, mais raramente, sangramento, fístula biliar e trombose de vasos profundos nas pernas ou pulmões.
Além destes, outro possível risco é a trombose de veia porta. Essa é uma condição em que ocorre a formação de um coágulo sanguíneo na veia porta, responsável por levar o sangue do intestino e do baço para o fígado. Essa condição pode afetar o fluxo sanguíneo adequado no fígado e requer tratamento imediato para evitar complicações graves.
Apesar de mínima (entre 0,2 e 0,5%), existe ainda a chance de óbito do doador — minimizada em centros especializados e em equipes bem treinadas. Outro fator importante a ser lembrado é que existe o risco de o enxerto doado não funcionar no receptor.
Essa condição pode causar grandes prejuízos emocionais e psicológicos, por isso é de extrema importância considerar e discutir todos esses fatores com a equipe transplantadora antes de optar pelo transplante de fígado intervivos.
Como é o pós-operatório do transplante de fígado intervivos?
Após o transplante de fígado intervivos, o paciente é transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento contínuo. São realizados exames frequentes para avaliar a função hepática, o fluxo sanguíneo e a resposta imunológica.
Durante o período pós-operatório imediato, é comum o uso de tubos de drenagem para controlar o fluxo de bile e sangue. A equipe médica administra analgésicos para aliviar a dor e medicamentos imunossupressores para prevenir a rejeição do órgão transplantado.
O paciente pode enfrentar complicações, como infecções, sangramento, rejeição do órgão e disfunção renal, que exigem tratamento imediato.
O período de recuperação do transplante de fígado intervivos pode variar, mas é necessário um acompanhamento médico regular e a adesão estrita às orientações médicas para garantir uma recuperação adequada e a prevenção de complicações a longo prazo!